A Estrela Polar (Polaris, α UMi, α Ursae Minoris, Alpha Ursae Minoris) tem esse nome porque é a única que permanece sempre fixa no firmamento num ponto coincidente com a projeção do eixo da terra, na realidade a Estrela polar faz parte de uma série de outras estrelas de magnitude moderada, que devido a precessão do equinócio, periodicamente intercalam de lugar nesse ponto e que, por apresentar-se sempre fixa no correr dos anos, é natural ser utilizada como referencial na orientação dos seres vivos sobre a superfície terrestre. Nesse sentido entende-se que as Estrelas Polares podem referir-se tanto à Estrela do Norte como à Estrela do Sul, embora a expressão seja usualmente utilizada para referir-se à Polar da constelação Ursa Menor, que é atualmente a única estrela brilhante que coincide num desses pontos.
A estrela Polar é na realidade um sistema triplo de estrelas. Isto é bastante comum na nossa galáxia: cerca de 70% das estrelas da Via Láctea são sistemas de estrelas e não estrelas isoladas. A estrela Polar tem duas companheiras, uma delas pode ser facilmente observada com a ajuda de um pequeno telescópio. A outra, embora há muito conhecida - devido a efeitos gravitacionais - só agora foi fotografada com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble.
A observação da pequena companheira da estrela Polar foi mais um teste à capacidade de resolução do Telescópio Espacial, pois ela encontra-se a apenas dois décimos de segundos de arco da Polar o que corresponde a um pequeníssimo ângulo que equivale ao diâmetro aparente de uma moeda de 50 cêntimos colocada a 30 quilómetros de distância. Tendo em conta que o sistema de estrelas se encontra a 430 anos-luz de distância, a separação entre as estrelas será pouco superior a 3 mil milhões de quilómetros (18.5 unidades astronómicas).
A diferença de brilhos das duas estrelas também dificultou a observação. A Polar é uma estrela supergigante, cerca de 2.000 vezes mais brilhante que o Sol, enquanto que a estrela companheira é um estrela de sequência principal que acaba por ser quase totalmente ofuscada.
Os astrónomos responsáveis por este trabalho de investigação esperam continuar as observações durante os próximos anos, para poderem acompanhar o movimento da estrela companheira, na sua órbita de 30 anos, em torno da estrela principal. O conhecimento preciso das órbitas das duas estrelas e o calculo das suas massas é muito importante. Aliás a determinação do valor da massa de uma estrela é uma das tarefas mais complexas e importantes dos astrónomos.
Saber o valor da massa da estrela Polar é ainda mais relevante porque ela é a estrela variável Cefeide que se encontra mais próxima do Sol, e sem dúvida que a melhor método para calcular a massa das estrelas é estudar binários como o da estrela Polar e da sua companheira.
As estrelas variáveis Cefeides, funcionam como "velas padrão", pois a sua luminosidade varia de forma regular segundo um período directamente relacionado com a sua luminosidade intrínseca, permitindo assim determinar a distância a que se encontram com bastante precisão. A detecção de Cefeides noutras galáxias permite determinar a que distância se encontram essas galáxias e também calcular a taxa de expansão do Universo.
Compreender a física e evolução destas estrelas é determinante para várias áreas da Astronomia. Por isso se conhecermos bem a Cefeide mais próxima de nós acabamos por conseguir obter informações bem mais precisas em relação a todas as outras.
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